Fazendo uma viragem brusca no estilo e no espaço mas não no tempo, chegamos ao Portugal dos anos 70, época de política complicada, mas também época de revolução e das importantes cantigas de intervenção.
Desta época surgem nomes como Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire ou Fausto, mas sobressai um nome que é sinónimo de Revolução, um nome que é sinónimo de Liberdade, o nome de Zeca Afonso.
Hoje trago-vos "A Morte Saiu À Rua", verdadeira canção de intervenção, dedicada ao pintor José Dias Coelho (assassinado pela Pide em 1961, na Rua Lusíadas, em plena cidade de Lisboa) em versão de Vitorino e Janita Salomé, no seu disco de tributo a José Afonso, "Utopia".
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação."
domingo, 11 de março de 2007
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